quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

De repente

Existem pessoas que nós conhecemos absolutamente de nada e, na maioria das vezes, nem pensamos que um dia conheceríamos. Começo a acreditar que são sempre essas pessoas que ficam em nossas vidas, simplesmente por experiências próprias. Experiências próprias, no meu mundo, são todos os sentimentos que nós já tivemos. E tais sentimentos, no meu mundo, quase sempre foram causados por essas pessoas que surgem do nada. Até me esqueci de contar sobre a menina da história, que acabava sempre se sentindo abandonada, ainda que no fundo soubesse que não era isso. Até me esqueci de contar sobre o garoto da mesma história, que acabava sempre se sentindo abandonado. Agora você pode estar pensando que, talvez, eles fossem pessoas diferentes apenas pensando de um modo parecido nesse mundo. Realmente eles não eram pessoas com sentimentos diferentes, mas sim, duas pessoas com sentimentos recíprocos que pensavam nunca passarem de simples desconhecidos..

se conheceram coincidentemente.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Ambulantes

Mais um dia se passava e lá estava Joaquim, levantando as cinco da manhã, fazendo seu café preto, esquentando o motor do carro. A mulher, acordando não muito além deste horário, já embrulhava os pães que fizera na noite anterior. Ambos sairiam dentro de algumas horas e, como sempre, venderiam pães caseiros nas ruas. O trabalho não era o pior do mundo, muito menos o melhor. Naquele dia o casal bateu na casa de Dona Rita, mais conhecida como Ritinha. A senhora saiu na rua calçando seus chinelos de quarto azul-bebê, seu vestido rendado e sua presilha nos cabelos curtos e cacheados. Ritinha comprou três pães variados e contou ao casal a grande novidade: naquela tarde haveria um chá. Um grande chá em comemoração ao neto que havia nascido e que ela, já velha, provavelmente não tivesse a chance de vê-lo crescer.